29/08/2006

Morte é uma etapa no ciclo da vida. Sem Morte não haveria espaço para novas coisas crescerem. Nada há a recear. Morte é apenas uma indicação de que uma transformação ou mudança está prestes a acontecer. Morte permite-nos evoluir, afastando tudo aquilo que já não é necessário. O fim de um ciclo abre caminho para outro.
Comportamentos e padrões antigos que nos amarravam são libertados. Morte arruma a casa para não termos perdas desnecessárias de energia. Na destruição impiedosa de Morte encontramos compaixão.

Há coisas que só nos marcam uma vez na vida.
Até as coisas mais pequenas... como uma carta de tarot.


The Field
Lynne McTaggart

Ao longo das ultimas decadas, a ciência tem tentado provar aquilo que os antigos mitos e religião sempre têm defendido: que existe uma força vital.
Cientistas de todo o mundo encontraram provas extraordinárias para mostrar que um campo de energia no nível zero – the zero point field – liga todo o universo, e que nós próprios somos parte desta teia de energia dinâmica.

O livro de Lynne McTaggart é uma acessível historia de detectives cientifica que revela como este campo de energia – The Field – é responsável por muitos dos mais profundos mistérios da humanidade, desde as terapias alternativas e curas espirituais, até à percepção extra-sensorial e ao inconsciente colectivo. É, afinal, a prova cientifica de tudo os que os mestres espirituais nos têm dito desde há séculos.

A autora, jornalista, investiga arduamente o trabalho de cientistas que fazem referencia ao tal “Zero Point Field”.
Na primeira parte -The Resonating Universe- explora a teoria de que o universo é um conjunto de frequências, através do trabalho de inúmeros cientistas mundialmente reconhecidos.

Na segunda parte –The Extended Mind- a pesquisa cientifica continua, e os tópicos abordados incluem influencia remota, sonhos, clarividência, percepção extra-sensorial, a natureza do tempo, como o observador influencia o observado…

Na terceira parte – Tapping into The Field- fala de experiências concretas, como o caso de uma investigadora com resultados na pesquisa de cura à distancia em casos de SIDA. Entre as hipoteses estudadas incluem a possibilidade de uma consciência negativa ser como um "vírus colectivo" que infecta um grande numero de pessoas e poderia dar origem ao mal, causando situações como a Inquisição, Hitler, ou o Julgamento das Bruxas de Salem.
Por outro lado, uma consciência positiva pode dar origem a grandes períodos da historia como a Renascença. Este capitulo trata também do grande potencial humano, comprova as terapias alternativas e confirma algumas crenças religiosas e místicas.

O livro contem muitas notas e uma vasta bibliografia, resultado da pesquisa sobre o trabalho de muitos cientistas, com descrição detalhada de varias experiências e respectiva preparação, com uma linguagem técnica mas muito acessível.

Ainda não tem tradução para português.

O link para explorar tudo:
www.livingthefield.com

“This important book streches the imagination… We are on the verge of another revolution in our understanding of the universe.”
Arthur C. Clarke


28/08/2006

A versão de Judas

Perdido há 1700 anos, um texto refere que o traidor foi, afinal, fiel discípulo de Cristo.
O manuscrito estava em mau estado quando chegou às mãos da equipa de restauro, em 2001. No interior das suas páginas fragmentadas, encontra-se uma radical reinterpretação da traição de Jesus por Judas.
Está escrito em copta, a língua falada no Egipto nos alvores do cristianismo. Egípcio escrito em caracteres gregos.
Na introdução do Evangelho de Judas pode ler-se “Relato secreto da revelação que Jesus fez em conversa com Judas Iscariotes…”
Volvidos quase dois mil anos, o homem mais detestado da história está afinal de regresso.

O “relato secreto” mostra-nos Judas muito diferente, um herói nesta versão. Ao contrário dos outros discípulos, Judas compreende a mensagem de Cristo. Ao entregar Jesus às autoridades, ele fá-lo a pedido do líder, com plena consciência do destino que assim reservava a si mesmo. Jesus previne-o: “Serás amaldiçoado.”

Todos se recordam da história do amigo próximo de Jesus, um dos 12 apóstolos, que o vendeu por 30 dinheiros de prata, identificando-o com um beijo. Mais tarde, enlouquecido pelo remorso, Judas enforcou-se e foi considerado o símbolo definitivo da traição.
O cristianismo não seria o mesmo sem o seu traidor.


O Evangelho de Judas é um reflexo vivo do combate travado entre os gnósticos e a igreja hierárquica. Na primeira cena, Jesus troça dos discípulos por rezarem “ao vosso deus”, significando com isso o catastrófico deus responsável pela criação do mundo. Compara os discípulos a um sacerdote do templo, por si referido como “ministro do erro” que planta “árvores sem fruto, em meu nome, de maneira vergonhosa”. Jesus desafia os discípulos a olharem-no e a compreender o que ele realmente é, mas eles desviam os olhos.
Na passagem principal, Jesus diz a Judas: “Tu sacrificarás o homem que me reveste.” Judas vai matar Jesus, fazendo-lhe um favor. Ele vai finalmente ver-se livre do seu corpo material e físico, libertando o verdadeiro Cristo, o ser divino existente em si.
O facto desta tarefa ser confiada a Judas é um sinal do seu estatuto especial. “Ergue os teus olhos e repara na nuvem e na luz dentro dela e nas estrelas que o rodeiam”, diz-lhe Jesus, encorajando-o. “A estrela que aponta o caminho é a tua estrela.”
Por fim, Judas tem uma revelação, durante a qual ele entra numa “nuvem luminosa”. Em terra, as pessoas ouvem uma voz vinda da nuvem, mas o que ela diz poderá ficar para sempre desconhecido devido a um rasgão no papiro.
O Evangelho termina abruptamente com uma breve nota, relatando que Judas “recebeu algum dinheiro” e entregou Jesus ao grupo que se apresentou para detê-lo, mas este relato pode constituir uma ficção sem significado.

Segundo o Novo Testamento, Judas vendeu Jesus no jardim de Getsemani.
Mas este Evangelho afirma que Jesus pediu a Judas para o trair, para libertar a alma do seu corpo.
O Evangelho de Judas foi escondido, guardando uma visão contrária do traidor de Jesus, mas também uma visão profundamente diferente da salvação.

Excertos de um texto de Andrew Cockburn, publicado na National Geographic Magazine Portugal, Maio 2006


www.nationalgeographic.pt/revista/0506/feature5

25/08/2006

Glastonbury - Chalice Well Gardens
Diz a lenda que o cálice da última ceia foi levado para Glastonbury por José de Arimateia, o homem que carregou o corpo de Jesus para o túmulo. A lenda narra também a forma como ele, ao chegar de barco, fincou o seu bastão no chão e se inclinou em atitude de oração. O bastão teria então criado raízes e dele teria nascido uma espécie de espinheiro, o Glastonbury Thorn, que ainda hoje floresce na Páscoa e no Natal, alimentando o significado mítico deste local.

A taça lendária teria sido enterrada nos Jardins do Santo Graal - Chalice Well Gardens, perto da fonte, também chamada Fonte de Sangue, por as suas águas apresentarem uma coloração avermelhada devido ao óxido de ferro.
Glastonbury não era mais do que uma ilha rodeada de pântanos (agora drenados) quando os primeiros cristãos ali se estabeleceram. Muitos defendem que essa ilha seria a lendária Avalon, dos tempos do rei Artur, cujo corpo estaria sepultado na abadia de Glastonbury, ao lado da sua amada Guinevere.
Depois da ultima batalha de Arthur, o rei moribundo terá sido levado para a misteriosa ilha de Avalon. Ordenou então a Sir Bedivere que se desfizesse da sua poderosa espada Excalibur, mas, quando aquele cavaleiro a arremessou ao lago, uma mão que saiu da água conseguiu agarra-la.

A procura do Santo Graal foi também parte da demanda dos Cavaleiros da Távola Redonda, simbolo de sabedoria, da fé e verdade espiritual.

Local de peregrinação, Glastonbury continua carregada de misticismo, onde a sua historia de confunde com inumeras lendas, atraindo multidões de visitantes, peregrinos ou simples curiosos.

site oficial
www.glastonbury.co.uk/